A realidade é que, na maioria dos dias, a força que te puxa para a geladeira é infinitamente mais forte do que a que te puxa para os livros.
Você senta na cadeira, encara aquela pilha de matéria acumulada e, de repente, a parede descascando no canto do quarto se torna a coisa mais fascinante do universo.
Aí você vai para a internet e a pergunta como ter motivação para estudar te leva a um monte de textos mandando você pensar no seu futuro e visualizar o sucesso.
Ótimo conselho. Vou pagar minhas contas com o poder da visualização.
A verdade é que a gente sabe que precisa turbinar a motivação para os estudos, mas o “como” é um mistério digno de filme de suspense.
O cérebro simplesmente se recusa a cooperar.
Se você está nesse limbo entre o desespero e a vontade de maratonar uma série inteira, este texto é para você.
O que você vai encontrar aqui
1. Pare de sonhar e defina metas que não sejam uma piada
Falar “minha meta é passar no concurso” é o mesmo que dizer “minha meta é ficar rico”.
Para um bom planejamento de estudos, isso não serve para nada.
Precisamos de alvos que o nosso cérebro preguiçoso consiga entender.
A sugestão aqui é usar o método S.M.A.R.T, mas sem a chatice corporativa. Pense assim:
- Específico: Em vez de “estudar matemática”, defina “ler 15 páginas do capítulo de funções e fazer 5 exercícios”.
- Mensurável: “15 páginas” e “5 exercícios” são números. Você sabe quando acabou.
- Atingível: Não adianta planejar ler 200 páginas em um dia se você mal consegue ler os termos de uso do Instagram.
- Relevante: Isso que você está estudando cai na prova? Ajuda a atingir seu objetivo final? Se não, por que diabos você está fazendo isso?
- Temporal: Defina um prazo. “Vou fazer isso em 1h30”. Pronto. O cérebro tem um início, meio e fim.
2. Crie um cronograma que sobreviva a segunda-feira
Todo mundo já fez aquele cronograma de estudos lindo, colorido, que parece uma obra de arte.
Esse é o primeiro erro de qualquer planejamento de estudos: a rigidez.
O plano, na primeira dificuldade, vira papel de rascunho.
Seu cronograma tem que ser um guia, não um ditador.
Coloque lá seus blocos de estudo, mas também coloque as pausas, o tempo para não fazer absolutamente nada, o horário de ir na academia.
Uma agenda realista considera que você é um ser humano, não um robô de produção.
3. Descubra seu “porquê” e encontre a verdadeira motivação para estudar
Essa história de encontrar seu propósito tem um fundo de verdade.
Só que o “porquê” não precisa ser nobre.
Talvez sua motivação para estudar para concurso não seja prestar serviço ao cidadão.
Talvez você só queira ganhar um salário melhor para poder viajar, calar a boca daquele parente que pergunta “só estuda?”, ou simplesmente ter a paz de espírito de ter um emprego estável.
Seja honesto sobre o que te move.
É o seu combustível.
4. Arrume sua bagunça e saia da cama
Estudar na cama é pedir para fracassar.
Você precisa de um “santuário” de estudos, mesmo que seja só um canto da mesa da cozinha.
Um lugar com o mínimo de distrações, boa iluminação e onde você só senta para estudar.
E, claro, cuide do básico: durma bem e se alimente direito.
Tentar estudar com sono e fome é como tentar correr uma maratona de chinelo.
Simplesmente não vai rolar.
5. Adote a política da recompensa de adestramento canino
Parece ridículo, mas funciona.
Nosso cérebro é movido a recompensas.
Então, comece a se tratar como um cachorrinho que aprendeu um truque novo.
- “Se eu terminar esse capítulo chato, vou me dar o direito de assistir a um episódio da minha série favorita”.
- “Se eu estudar por duas horas seguidas, posso passar 15 minutos rolando o feed sem culpa”.
Crie pequenas recompensas para pequenas metas.
É um suborno que você faz a si mesmo, e funciona que é uma beleza.
6. Transforme seu celular de inimigo em aliado
Seu celular é provavelmente a maior fonte de distração da sua vida.
Mas, em vez de jogá-lo pela janela, vamos usá-lo a nosso favor.
Existem aplicativos que funcionam como verdadeiras fontes de motivação interativas.
- Método Pomodoro: Experimente o Forest ou Focus Keeper.
- Flashcards: Use o Anki ou o Quizlet.
- Planejamento e organização: Notion, Trello, Todoist e planilha do aprovado são ótimas opções.
- Gamificação: Use aplicativos de hábitos como o Habitica para marcar cada dia de estudo concluído e ver seu progresso, transformando o dever em um jogo.
7. Encontre outros sofredores
Estudar sozinho é solitário e desmotivador.
Procure um grupo de estudos ou pelo menos um parceiro de sofrimento.
Ter com quem desabafar, tirar dúvidas e, o mais importante, ter alguém para te cobrar, faz uma diferença enorme.
A responsabilidade compartilhada é um santo remédio contra a procrastinação.
Ninguém quer ser o preguiçoso do grupo.
Além disso, ensinar algo a outra pessoa é uma das melhores formas de fixar o conteúdo.
8. Domando o cérebro e as distrações
A batalha mais difícil é contra nossa própria mente, e é o passo final para entender como manter o foco nos estudos.
Você senta para estudar e mil pensamentos aleatórios invadem sua cabeça.
Fora as notificações do celular que não param de apitar.
Primeiro, o óbvio: silencie o celular e feche as abas inúteis do navegador.
Segundo, entenda que se sentir ansioso ou estressado é normal.
Em vez de lutar contra isso, gerencie.
Faça pausas estratégicas, respire fundo por um minuto, pratique mindfulness se essa for a sua praia.
Reconheça que sua saúde mental é parte do processo de estudo.
Conclusão: chega de ler, hora de agir
A motivação para estudar não vai cair do céu, ela precisa ser construída.
Não tente aplicar tudo de uma vez como um maníaco.
Escolha uma ou duas dessas dicas para começar hoje.
Agora, feche este artigo e vá abrir aquele livro (a parede do quarto pode esperar).
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